3.3.09

Oriental fantasy


Minha mão espalmada percorre o veludo
De tuas costas claras
Papel de arroz
À espera do traço sumi-e

Sons entorpecidos e distantes
Levados pela brisa matutina

Luz refletida nos pequeninos diamantes
Gotículas de orvalho
Salpicando a tua textura

Brinco de tirá-los da solidão unindo-os
Mas na junção se tornam fluidos
E se perdem por entre teus sulcos

Um único bambu estendido do norte ao sul
Com gomos macios e nódoas salientes
Flexível a quase nó
Sustenta sem dor esta seara rara

O monte no fundo da tela se revela dobrado
Em seu vale veredas abrigam
O pássaro sagrado
Que canta a mais bela das melodias

Enquanto isso
A água límpida
Escorre
Sobre a pedra lisa

Na melhor das tradições
Garantiu-se a vida

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