23.7.10

Registro o visto e o pensado

Em meu limitado escaninho
E na tábua da memória
Vão sendo rotulados como
Existidos

Mas ao olhar para trás
Vejo que as mãos são poucas
Para conseguir agarrar o não visualizado
O não imaginado e todo o esquecido

Meus bolsos
Não comportam tantos seixos
E se rompem
Deixando rastros

Não há como reunir
Todos os frutos em meu cesto
Um buraco no fundo
Permite escoarem alguns elementos

Bolsos furados
Cesto de vento
Matéria frágil
Pensamento efêmero

Muitos são os mundos
(Desconhecidos a este ser apenas único)
Os nunca vistos
Os não lembrados
Os jamais imaginados

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