18.4.13

A represa é o rio que engordou



A chuva é a nuvem que caiu
O raio é a luz que pouco acendeu
O trovão é o encontrão de teimosos
O vento é o oceano suspenso que não se vê
O nevoeiro é o ar flagrado pelos olhos
O terremoto é o planeta que se espreguiçou
O vulcão é a terra com indigestão
O jardim é a floresta que amansou
A estrada é a picada que tem pressa
O edifício é a casa que se levantou

O homem é o menino que espichou
A mulher é a garota que madurou
O choro é o riso que inverteu
O grito é o silêncio que fugiu
A tristeza é a alegria que alguém enjaulou
A saciedade é a fome que dormiu
O pensamento é a ferramenta da cabeça
A lembrança é a vida repetida lá dentro
A saudade é a consolação pela perda
O sonho é o cinema em mim mesmo
O sono é o ensaio para a morte

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