9.8.13

De dia



A sede da lembrança
Nos castiga

À noite
Nos afogamos um no outro

Incomodados com o fantasma
De uma ampulheta maldita

Que esgota sua areia
Antes que nos sintamos saturados

Sem que todo o vinho
Tenhamos tomado

Que interrompe nossa subida
Ainda com o topo não escalado

Que nos impede de extrair toda a seiva
De cada beijo roubado

E não nos permite desfrutar mais
Do baú que continua cheio

Com um bom acervo
De carícias e devaneios

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